- Camada germinativa primordial
- Cancro
- Cancro do ovário
- Capacitação
- Cariótipo
- Caspases
- Cauda
- Células corticotróficas
- Células da granulosa
- Células da teca
- Células de Leydig
- Células de Sertoli
- Células do cumulus
- Células estromais
- Células gonadotróficas
- Células lactotróficas
- Células somáticas
- Células tireotróficas
- Ciclo do estro
- Ciclo menstrual
- Cílios
- Citocinese
- Clítoris
- Clivagem
- Clutch
- Cohosh preto ou Erva de S. Cristóvão
- Colo do útero
- Coloração de hematoxilina-eosina
- Colostro
- Contracetivo
- Contrações de Braxton Hicks
- Cordão umbilical
- Córion
- Corpo polar
- Corpus albicans
- Corpus luteum
- Córtex da suprarrenal
- Criopreservação
- Criopreservação de ovócitos
- Criopreservação de ovócitos por motivos “sociais”
- Criostato
- Cromatídeo
- Cromatina
- Cromossoma
- Cromossoma sexual
- Cultura de tecidos
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Camada germinativa primordial
São três as camadas germinativas primordiais: a ectoderme, a endormerme e a mesoderme. As células germinativas primordiais não são relacionadas com estas camadas, contudo, todas estas células derivam da massa celular interna do embrião.
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Cancro
Tumor caracterizado por uma população de células que cresce e se divide de forma anormal e não controlada, invadindo e destruindo tecidos adjacentes, podendo igualmente disseminar à distância.
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Cancro do ovário
Neoplasia (tumor maligno) com origem no ovário, estrutura responsável pela produção de óvulos e secreção de hormonas na mulher.
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Capacitação
A capacitação é uma reação de maturação que ocorre no espermatozoide, sendo fundamental para a fecundação. In vivo, a capacitação ocorre no trato reprodutor feminino, sendo induzida por componentes como a albumina. Contudo podemos mimetizar a capacitação in vitro, adicionando os componentes indutores necessários aos meios de cultura de espermatozoides. A capacitação, que também é dependente da temperatura, é caracterizada por inúmeros eventos celulares que irão permitir ao espermatozoide a aquisição de motilidade hiperativa (necessária para a penetração no oócito), bem como que ocorra a reação acrossómica.
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Cariótipo
Refere-se ao número e estrutura dos cromossomas numa célula. Para obter um cariótipo os cromossomas são observados e analisados durante a metafase da divisão celular, pelo que a determinação do cariótipo de um indivíduo exige cultura celular para permitir a observação de um maior número de células nesta fase do ciclo celular. As amostras a estudar são cultivadas em meios apropriados. A divisão celular é interrompida em metafase e em seguida as células são sujeitas a um choque osmótico, fixadas, estendidas em lâminas, coradas por diferentes técnicas e observadas ao microscópico. Os pares de cromossomas serão posteriormente identificados e dispostos por ordem descendente de tamanho. O estudo do cariótipo permite a deteção de anomalias incluindo defeitos estruturais dos cromossomas e aneuploidias. Por exemplo, na Trissomia 21, também conhecida como Síndrome de Down existem três cópias do cromossoma 21 ao contrário das duas cópias que estão presentes nas células euploides.
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Caspases
As caspases são um tipo de proteases, ou classe de enzimas que decompõe outras proteínas. As caspases estão envolvidas na iniciação e execução de apoptose (morte celular programada). As caspases transmitem sinais intracelulares, através de uma “cascata de caspases” na qual uma caspase cliva uma segunda caspase e esta clivagem ativa a segunda caspase. Uma vez ativada, a segunda caspase pode decompor outras caspases (ativando-as) ou outros ligandos.
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Cauda
A cauda do esperma, ou flagelo , move-se de uma maneira que impulsiona o esperma e permite que ele se mova após ser depositado no aparelho reprodutivo.
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Células corticotróficas
As células corticotróficas são células especializadas da hipófise anterior que produzem a hormona corticotrofina.
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Células da granulosa
As células da granulosa são as células que rodeiam o oócito no folículo. Estas células têm como funções a proteção e o suporte do gâmeta feminino necessários para o seu desenvolvimento. São estas células que posteriormente dão origem às células do cumulus, tendo também um papel predominante da regulação hormonal dos processos que ocorrem na gónada feminina.
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Células da teca
As células da teca são células somáticas presentes no folículo em desenvolvimento. Estas células situam-se externamente à camada de células da granulosa. Quando ocorre a ativação dos folículos, na fase secundaria do desenvolvimento, as células da teca são recrutadas para se diferenciarem. Quando estão ativas, estas células produzem androgénios que são cruciais, durante a maturação folicular, para a comunicação hormonal entre as células da granulosa e os oócitos. As células da teca também protegem o folículo em desenvolvimento, dando suporte estrutural e vascular até á ovulação. Após a ovulação as células da teca tornam-se a origem e suporte hormonal para a gravidez.
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Células de Leydig
Células de Leydig são células testiculares que produzem a testosterona em resposta à hormona luteinizante (LH) da hipófise. Encontram-se no espaço intersticial dos testículos, entre os túbulos seminíferos.
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Células de Sertoli
Células de Sertoli são células somáticas (células não germinativas ) dentro dos túbulos seminíferos dos testículos que suportam as células germinativas durante o seu desenvolvimento , proporcionando-lhes nutrientes e fatores de crescimento.
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Células do cumulus
As células do cumulus são uma das classes das células da granulosa que envolvem o oócito, mesmo durante a ovulação. Sabe-se que têm um papel predominante na comunicação bidirecional com o oócito e possuem inúmeras funções, tais como a coordenação do desenvolvimento folicular e a proteção e maturação do oócito. As células do cumulus são uma das barreiras que o espermatozoide tem de passar para que ocorra fertilização. Rotineiramente, ao conjunto oócito e células do cumulus designa-se por complexo cumulus-oócito. Em algumas das técnicas de reprodução medicamente assistida (ICSI) estas células são removidas.
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Células estromais
As células estromais são células de tecido conjuntivo. Os tipos mais comuns são os fibroblastos, as células do sistema imunológico, os pericitos, as células endoteliais e as células inflamatórias. São mais frequentemente associadas ao sistema hematopoiético, à mucosa uterina (endométrio), à próstata, ao ovário e a outros órgãos.
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Células gonadotróficas
As células gonadotróficas são células especializadas da hipófise anterior que produzem as gonadotrofinas, FSH e LH.
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Células lactotróficas
São células da hipófise anterior que produzem prolactina.
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Células somáticas
As células somáticas são células diploides que formam todos os órgãos e tecidos do organismo. Em contraste, as células germinativas e as células estaminais não são células somáticas.
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Células tireotróficas
As células tireotróficas são células especializadas da hipófise anterior que produzem a hormona tíreo- estimulante.
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Ciclo do estro
O ciclo do estro, extensivamente estudado em roedores, refere-se às alterações cíclicas que ocorrem no aparelho reprodutor feminino e na sua recetividade sexual. Este ciclo é muitas vezes relacionado com o ciclo menstrual em humanos. O ciclo do estro divide-se em 4 fases distintas: proestro, estro, metestro e diestro – cada uma caracterizada por fisiologia distinta bem como por distinta morfologia e comportamento animal. O proestro é a porção do ciclo em que os ovócitos atingem a plena maturidade no interior dos folículos. O exame externo dos genitais femininos revela uma vulva edemaciada e a vagina aberta.O estro é a fase do ciclo em que ocorre ovulação. A vagina permanece aberta e, nesta fase, as fêmeas apresentam recetividade máxima aos machos. O metestro é a fase em que o óvulo maduro se movimenta ao longo das trompas de Falópio e a vagina está fechada. Se ocorrer copulação e fertilização, inicia-se uma gravidez. Se tal não acontecer, inicia-se a fase do diestro, a fase final do ciclo na qual os óvulos não fecundados são eliminados e a vagina permanece fechada. Durante este período, uma nova coorte de folículos inicia um crescimento rápido de forma a preparar a ovulação do novo ciclo.
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Ciclo menstrual
O ciclo menstrual é o ciclo recorrente de alterações fisiológicas que ocorrem em mulheres e em outros primatas em idade reprodutiva. Resulta da ação coordenada de hormonas produzidas a nível do cérebro e hipófise e que atuam a nível dos ovários e do útero, coordenando a ovulação e a fecundação. Hormonas como a FSH, LH e activina produzidas a nível da hipófise respondem e controlam a secreção de estrogénios, progesterona e inibina pelo ovário. Estas hormonas atuam também na preparação do útero para a implantação. Se não ocorrer a implantação, ocorre a descamação endometrial, conhecida como menstruação.
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Cílios
Projeções finas existentes na trompa de Falópio que se movem no sentido de permitirem a condução do ovócito do ovário ao útero.
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Citocinese
No final da divisão celular (tanto na meiose como na mitose) após a separação dos cromatídeos, e de forma a originar células-filhas semelhantes, ocorre a citocinese. A citocinese não é mais do que a divisão do citoplasma de uma dada célula de forma a originar duas células idênticas e funcionais, que ocorre no final da telofase. Forma-se um anel contráctil na célula, que comprime o citoplasma até que ocorra a separação das células.
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Clítoris
Órgão eréctil do aparelho sexual feminino, homologo do pénis no homem. Localiza-se na vulva, acima da uretra e contém diversas terminações nervosas.
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Clivagem
No embrião, a clivagem refere-se às primeiras divisões mitóticas, que têm início pouco depois da fertilização e que transforma o zigoto unicelular num embrião multicelular. Até ao estádio de blastocisto, a clivagem apenas aumenta o número de células no embrião e não o tamanho do mesmo.
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Clutch
Refere-se a todos os oócitos que são produzidos ao mesmo tempo. Nos roedores pode-se verificar uma “clutch” de complexos cumulus-oócitos no oviduto, durante a ovulação.
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Cohosh preto ou Erva de S. Cristóvão
É uma planta medicinal utilizada no tratamento de sintomas da menopausa tais como afrontamentos, alterações de humor e secura vaginal. A investigação é inconclusiva no que diz respeito à sua efetividade.
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Colo do útero
Trata-se de uma estrutura em forma tubular, localizada na zona terminal do útero e que se estende à vagina. Durante o parto, o colo do útero dilata de forma a permitir a passagem do feto. Na citologia do colo (Papanicolau) são colhidas células do colo para deteção de lesões pré malignas.
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Coloração de hematoxilina-eosina
A coloração de hematoxilina-eosina é o processo pelo qual os reagentes hematoxilina e eosina são utilizados para visualizar a morfologia em cortes de tecido. A hematoxilina cora de azul o núcleo celular, enquanto a eosina cora as restantes estruturas celulares de rosa/vermelho.
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Colostro
Conhecido como o “primeiro leite”, o colostro é a primeira forma de produção láctea da mama, antes da produção de leite. Nos humanos é produzido a partir da fase final da gravidez e contém diversos anticorpos que conferem imunidade passiva. O colostro é muito rico em proteínas, anticorpos, fatores de crescimento e vitamina A. Em comparação com o leite contém menor quantidade de hidratos de carbono, lípidos e potássio.
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Contracetivo
Medicamento, químico, dispositivo ou barreira cuja utilização previne a ocorrência de gravidez.
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Contrações de Braxton Hicks
As contrações de Braxton Hicks são contrações uterinas irregulares que são frequentes no terceiro trimestre de gravidez. Habitualmente são descritas como um desconforto limitado à zona abdominal inferior. Estas contrações não resultam em trabalho de parto e habitualmente desaparecem com repouso.
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Cordão umbilical
O cordão umbilical é um órgão fino que liga o feto à placenta. Contém duas artérias e uma veia que facilitam o transporte de oxigénio e de nutrientes para o feto. Também transporta os produtos tóxicos de volta para a placenta para serem filtrados na circulação materna.
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Córion
Camada transparente, fibrosa, resistente à tração e que no interior da cavidade uterina se encontra aderente à decídua. A partir das 14 semanas adere ao âmnios constituindo as membranas fetais.
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Corpo polar
O corpo polar (ou globo polar) é o produto da divisão assimétrica, que ocorre durante a meiose feminina. Relativamente ao oócito, em ambas as partes da meiose, ocorre a extrusão de um corpo polar, o que resulta, no final da meiose, em dois corpos polares e um oócito haploide. Os corpos polares possuem o ADN resultante da meiose, permitindo a redução do ADN do oócito. Ainda assim, o oócito contém os componentes necessários para suportar a futura fertilização e o desenvolvimento embrionário.
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Corpus albicans
O corpus albicans é o resultado da degeneração do corpus luteum, em que ocorre a formação de tecido conjuntivo e colagénio, processo ao qual se denomina luteólise. É possível verificar que este processo ocorreu devido ao facto de que o que resta do corpus albicans forma uma cicatriz branca e fibrosa no ovário, que persiste por vários meses.
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Corpus luteum
O corpus luteum (corpo lúteo ou corpo amarelo) é uma estrutura endócrina temporária, que se forma após a libertação do oócito maduro do folículo ovárico. É responsável pela produção de progesterona, estradiol e inibina A, bem como pela regulação da libertação da hormona libertadora de gonadotrofinas (GnRH), da hormona folículo-estimulante (FSH) e hormona luteinizante (LH). O corpo lúteo é composto por células da teca e da granulosa e é o precursor do corpus albicans, caso o oócito não seja fertilizado.
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Córtex da suprarrenal
Parte externa da glândula de cor amarelada. Subdivide-se em três regiões, cada uma sendo responsável pela produção de uma diferente classe de hormonas. A zona glomerulosa é a mais exterior e produz minerolocorticóides como a aldosterona. A zona fasciculada é a zona intermédia e produz glucocorticoides, como o cortisol, que intervém no controlo metabólico. A zona mais interna é a zona reticular e produz androgénios. Considerando que as gónadas produzem uma quantidade muito superior de androgénios, a suprarrenal é considerada um local secundário de produção de androgénios.
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Criopreservação
O processo que possibilita o armazenamento/conservação de células, tecidos ou órgãos é denominado por criopreservação. Este processo ocorre a temperaturas muito baixas de forma a permitir que, após a descongelação, estas estruturas estejam bem conservadas e funcionais. A criopreservação é utilizada para preservar gâmetas, tecidos e embriões (no caso da preservação da fertilidade) ou quando existem embriões excedentários após um tratamento com técnicas de procriação medicamente assistida, de modo a poderem ser transferidos posteriormente.
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Criopreservação de ovócitos
Trata-se de uma técnica de congelação de ovócitos possibilitando a preservação da fertilidade a mulheres com diagnóstico de cancro antes de tratamentos de quimio ou radioterapia. A criopreservação de ovócitos é alternativa à criopreservação de embriões evitando a necessidade de fecundação, nos casos em que a mulher não tenha parceiro ou em que a limitação reprodutiva não seja aceitável para a paciente. A criopreservação de ovócitos implica a estimulação hormonal para promover o crescimento e maturação de múltiplos ovócitos maduros, a sua recolha do ovário, a sua congelação e o seu armazenamento por um determinado período de tempo. No futuro, estes ovócitos poderão ser usados para fecundação com esperma do parceiro de forma a obter uma gravidez.
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Criopreservação de ovócitos por motivos “sociais”
É uma forma de preservação da fertilidade que permite às mulheres saudáveis criopreservar os seus ovócitos para utilização no futuro. As técnicas e procedimentos são os mesmos usados na criopreservação convencional de ovócitos, utilizada em pacientes com cancro. Implica a estimulação hormonal dos ovários através de medicação injetável de forma a promover o crescimento de vários folículos, a realização de um procedimento cirúrgico para obtenção dos ovócitos, a sua rápida congelação e o seu armazenamento por um determinado período de tempo. Futuramente, os ovócitos podem ser descongelados e utilizados para fertilização in vitro (FIV) de forma a obter embriões que podem ser transferidos para o útero e resultar, eventualmente, numa gravidez.
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Criostato
Um criostato é uma câmara de baixas temperaturas que contem um micrótomo, usado para preparar secções finas de tecido criopreservado. O tecido é normalmente mantido a uma temperatura de - 20°C.
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Cromatídeo
O cromatídeo é uma porção (metade) do cromossoma replicado. O centrómero é o responsável pela junção de dois cromatídeos, até à anafase, em que ocorre a separação dos cromatídeos.
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Cromatina
A cromatina é um complexo organizacional de ácidos nucleicos, constituído por ADN e proteínas, que possibilita a forma compacta dos cromossomas. A cromatina possibilita proteção do material genético bem como a regulação da transcrição e atividade dos genes.
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Cromossoma
O cromossoma é uma estrutura constituída por ADN, ou seja uma forma de armazenamento do material genético. O ADN é organizado em cromossomas no início da meiose ou mitose, de forma a preparar a divisão celular.
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Cromossoma sexual
Os cromossomas sexuais são um tipo de cromossoma que determina o sexo e as características sexuais de um organismo. Nos mamíferos, o sistema XY determina o sexo: as mulheres possuem dois cromossomos X e os homens têm um cromossoma X e um cromossoma Y.
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Cultura de tecidos
A cultura de tecidos (ou a cultura de células) é a manutenção de um tecido ou de células num ambiente externo ao organismo, tipicamente utilizando um meio artificial como fonte de nutrientes.